sábado, 1 de novembro de 2008

Opiniões sobre o som do vinil.

Demais apoiadores do maravilhosoVinil:
Eu sou um “Guri Cult” e adoro ser, amo meus discos, tenho o maior prazer em passar todo o meu dia de sábado dentro de um sebo e ao final do dia chegar em casa com inúmeros discos debaixo do braço. Nada paga poder ter nas mãos, por ex., discos como “Transa” de Caetano Veloso e por aí vai... Ver toda a arte gráfica, tirar o disco da capa, colocar no Toca discos e levemente levar o braço até negro-lindo-reluzente LP. Amo fazer isso.
Salve o bom e “velho” vinil! Pena que existem muitos que não fazem idéia do que é curtir a sonoridade ampla e incomparável desse “velho”, e fazem comentários sem fundamentos tipo esse que nosso amigo falou. No Brasil, as pessoas têm esse pensamento do vinil ser ultrapassado; é uma pena. Acho que a industria fonográfica brasileira deveria lançar novas obras dos nossos artistas populares nesse formato.
Nada se compara ao som de um LP em relação ao som do CD. Ouvir “Since I’ve been loving you ” em vinil e ouvir em CD chega a chocar os mais temerosos em expor suas idéias e imaginem se ainda for em prensagem 180 g ou mesmo o original de época americano ou inglês. É um bom teste para ouvir o som grave das cordas de um contra-baixo elétrico ou então você irá pensar que no CD trocaram a música ou veio outra versão da música. Sem falar da arte gráfica de um LP, suas belas capas que são verdadeiras obras-primas, seus encartes com letras, suas fotos , ficha técnica etc.. Tudo em LP é MEGA enquanto no CD’s tudo é ínfimo, a começar pelas capinhas de tão pequenas que toda arte plástica se perde esteticamente pelo próprio tamanho. Infelizmente aqui no Brasil, já não se fabrica LP’s, diferentemente como nos USA, Japão, UK e no resto da Europa em que o LP nunca morreu; tem um público alvo fiel e as tendências mostram sempre um considerável aumento em detrimento da morte do seu algoz, o CD; e novamente, por brincadeira do destino, a história se inverte. Aqui em Recife, a Livraria Cultura no Paço-Alfândega tem sempre bons LP’s e sempre que posso, compro alguns, embora importados, infelizmente com um precinho mais salgado, porém de excelente qualidade. Tem para todos os gostos desde Rita Lee, Mutantes, Chico, passando por Tommy do The Who, The Dark Side of the Moon 30Th Anniversary Edition Floyd com os 3 Posters Originais maravilhosos e os Stickers da época de lançamento e pasmem , até a pouco sossegada Amy Winehouse com o seu Back to Black Vinyl, em puro vinil virgem... Quer mais?
A palavra para definir o áudio analógico é NATURALIDADE.A natureza do áudio é analógica e ponto final. Ninguém ouve dados. Ouve som, ar movimentado. A voz de uma cantora, por exemplo, vibra o ar que estimula o diafragma de um microfone (analógico), cujo sinal passa a ser amplificado e então gravado por processo digital ou analógico. Se gravado por processo digital, esse sinal precisa passar por um conversor analógico-digital para “virar” bits… Aí todo tipo de brincadeira é possível e nessa brincadeira, muito da arte se perde e ainda que nada seja feito de processamento, em algum momento esses bits terão de passar por um conversor digital-analógico para VOLTAR A SER SINAL ANALÓGICO antes de ser amplificado e ir parar nos transdutores (alto-falantes ou fones). Gosto do áudio digital, pela praticidade e até admito que os “efeitos surround” são bacanas no cinema, mas em se tratando de detalhismo da própria natureza do som para um audiófilo sério, sem chance. Desde que comecei a ouvir áudio digital lá pelo começo dos anos 80 até hoje, nunca consegui o detalhismo de NATURALIDADE do som 100% analógico, que apesar de pouco prático, ao menos é natural e não tenta enganar meus ouvidos com técnicas de compressão dinâmica ou os “surrounds” da vida que aliás, dão bastante dinheiro para os respectivos inventores de cada “marca” de surrounds, como SDDS, THX, DTS, Dolby-Surround, etc. É claro que para entender a riqueza do som analógico, é preciso ter treinamento. Aprender a ouvir, literalmente. E aí, sem esse tipo de treinamento, sem referência, muitas opiniões surgem do “achismo” porque “a maioria diz” que é boa. Cada um tem um nível diferente de percepção de cada coisa e eu respeito isso porque penso que o mundo jamais evoluirá se todo mundo pensar exatamente do mesmo jeito. Essa é a minha opinião e não estou nem aí se alguém discorda (Cláudio H.P).
No universo do áudio existiram (existem) várias mídias, dentre elas se destaca o LP, principalmente devido à excelente qualidade sonora, que até hoje não foi superada por nenhuma outra mídia. E isso não sou eu quem diz, são os audiófilos do mundo todo.
Se você acha LP coisa de velho, devia parar de usar calçados, roupas, relógios, óculos, pente, veículos, cadeiras, mesas, garfo, faca, energia elétrica, água, televisão, telefone, geladeira, fogão, livros, lápis, canetas, rodas, etc. Esses são apenas alguns exemplos de coisas bem mais antigas que os LP's. E aí, vai parar também de usar tudo isso? E pela sua postagem, dá para perceber que você não entende nada de áudio. LP’s e amplificadores valvulados são o que de melhor existe no universo do áudio. E isso são audiófilos do mundo todo que dizem e comprovam. Procure pesquisar mais sobre um assunto antes de dar palpites. É para seu próprio bem, para não passar por constrangimentos como esse.
E outra: "Passar o som do LP para o computador é o mesmo que colocar um motor de um fusca 62 numa Ferrari 2008."

Joaquim M. Cutrim, também respondendo às mesmas críticas acima.

Caros, no CD existe perda importante de harmônicos por causa do erro de quantização e do erro de dithering. 0 e 1 não conseguem, mesmo com altas amostragens, representar corretamente o sinal de áudio original que é jogado íntegro dentro de um vinil. Ex. Não existe, por exemplo, 1,75 milivolts num nível de uma senóide digital. Só existe - Ou 1 milivolt ou 2 milivolts... Isso é muito importante! Conseqüentemente isso gera perda da parte grave que acompanha todas as notas, daí o som do CD, SACD, Blue Ray, HD AAC, seja lá o que for digital, ser puro sim, mas "magro" tonalmente falando... E mais: Um CD não reproduz bem por essa mesma razão instrumentos de madeira, como piano de cauda, violão, viola, violinos e outros acústicos, uma vez que seu som é "metálico" demais e com perdas. Agora o som que se pode extrair de um bom vinil, de 125 g em diante, 140, 160, 180 ou 200 gramas, bem masterizado, fica cada vez mais excepcional o quanto mais você investe em dinheiro no equipamento. Um toca-disco Technics SL MK-II, um Rega, ou mesmo um simples TD 6000 Polyvox com uma cápsula a partir de 200 reais "humilha" qualquer CD mostrando a falta de encorpamento musical, de emadeiramento do som (John Vestman, eng° de áudio é quem diz em seu site…) e de aveludamento! A onda quadrada do digital é apenas pura, mas não tem realismo e nem a profundidade de palco. A questão é que, quem fala mal do vinil-LP é justamente gente que nunca dispôs de boas caixas de som e nem de um bom toca-discos casado com uma boa cápsula. Comparar um toca-CD e CD, com Vinil e Toca-discos é o mesmo que comparar um mané num fusca com um Hélio Alonso numa Ferrari. A Ferrari é cara e precisa de muitos ajustes. Fusca é igual relógio, basta dar corda, assim como um CD, que basta que se o coloque na bandeja (Estamos falando de ajustes no "player"). (Mesmo assim adoro o Fusca e ele é melhor que o CD porque este pára sem te avisar - CD costuma ter morte súbita! - E o Fusca não pára!). E quanto aos estalos? A maioria dos "agressores" do vinil-LP não soube lavá-los e nem conservá-los, e de nada entendiam sobre cápsulas, braço e agulhas. Toca-discos e Vinil são como um instrumento: Requerem afinação para darem um som que só ao vivo será melhor. No mais, no endereço http://vinilnaveia.blogspot.com/ você verá uma pesquisa séria e fundamentada sobre CD X Vinil. Principalmente no item 19. E "fulano", seus comentários não podem ser levados a sério, só mesmo a favor de boas risadas. Aliás, é uma boa piada de buteco. Se Vinil é coisa de “velho” (E lembre-se, você vai ficar um...) ou coisa de Guri “cult”, então eu prefiro ser "velho" e "cult" a ser ignorante (Aurélio: Sentido de quem ignora, desconhece) em termos de música brasileira e de áudio. Veja bem: Você está vindo aqui num espaço público dar sua opinião OFENDENDO a milhares de pessoas que curtem o tradicional vinil. Produtores musicais, cantores, especialistas em música, historiadores de mpb, pesquisadores e simplesmente, simplesmente gente que gosta do vinil pelo produto completo que ele é - Arte fotográfica, cultural em textos (informação sobre a obra e lindas fotos em tamanho grande) e produto musical. Outra coisa que você desconhece - porque sua faixa musical deve ser extremamente estreita - Não deve ultrapassar sequer o que foi lançado em digital (Que é um nada em termos de história da música brasileira e mundial) - É que em termos de música mundial e brasileira, 90% dela está em Vinil-LP! E este completa hoje 60 anos… Meu caro, isso mesmo que você leu: São 60 anos de música que você desconhece... "Gosto" não é só "Questão de gosto”, como diz o senso comum… "Gosto" é também questão de CULTURA, de conhecimento e informação correta. Ninguém pode gostar daquilo que não conheçe. Reflita. E pare de preconceito com os idosos e “guris cults”, pois o que é velho é coisa degenerada, não se confundindo com idade (Aliás, porque tem muito idoso “mais jovem” do que muito “velho-jovem”). E os “guris cults” são jovens cultos, inteligentes, que abriram suas mentes e horizontes de percepção do mundo, coisa que você deveria perseguir para amadurecer. E você aí que disse que digitalizar um LP e distribuir pela rede é coisa de criança e que não vai acabar com a "pirataria" musical: Distribuir pela rede o quê? A porcaria de som que é o mp3? Cheio de perdas musicais? E a Capa do LP, como você vai distribuir pela internet? Você acha que do outro lado tem alguém com uma gráfica profissional para reproduzir a arte gráfica que é o vinil? O que você não saca é que a indústria está percebendo um novo nicho comercial: O Vinil aliado ao download. Cada vinil trará um código (senha) para download integral do disco. Outra coisa para a qual você ainda não “acordou” é que consumidores de CD, mp3 e download de mp3 e de LP são consumidores diferenciados (Embora possam gostar dos três ao mesmo tempo, o que nada impede). (O Consumidor de LP, que, diga-se de passagem, não se importa com preço, pois um vinil é um produto super-completo para este consumidor, já que para ele o LP é um livro musical, que traz textos e fotografia, além do som original de gravação sem conversões ou sujeições a erros de leitora). Então, não há como “PIRATEAR” mesmo o som perfeito como o do vinil, encorpado, emadeirado, aveludado e mais equilibrado em termos de médios, agudos e graves e toda a sua bagagem atrativa fotográfica e textual. Na conversão para mp3 vão ocorrer perdas lamentáveis para um bom equipamento e um bom ouvido. (Aliás, os jovens que usam iPod andam perdendo a audição, segundo pequisa e mídia televisiva, pelo excesso de volume, pois andam com aquilo na rua que por si só já é barulhenta). Mas voltando ao assunto, friso que não existe PIRATARIA de capa e encartes de vinil. Ficou claro? (Lembrando que ainda tem o comprador de LP que vai querer passar seu LP para ouvir em CD no carro, já que há muito tempo já existem toca-discos "ripadores" (aqueles fabricados com saída USB e que "jogam" o áudio direto no computador, aqui no Brasil a Sony vende um) e muitos estão comprando estes toca-discos "ripadores" para gravar sua coleção inteira em CD, para ouvir no carro ou em lugares onde o LP ou vinil não deve ir… Por questões óbvias. Por exemplo: Um passeio ao ar livre, onde você poderá levar um aparelhinho daqueles do tipo “tamborzinho” para curtir o passeio musical. Joaquim, em 12 Agosto de 2008.
E-mail: joaquim777@gmail.com
Fora o ritual de colocar um disco para tocar, que é algo muito prazeroso de se fazer, ainda tem as capas - grandes, com fotos ou ilustrações que quando portadas para o CD perdem o impacto. Um exemplo disso é o Sgt. Peppers, dos Beatles, ou ainda Hotel California, dos Eagles. Outro forte motivo é o som orgânico que o vinil tem. Ele está lá fisicamente, redondinho! Vinil é demais!
O disco de vinil por si todo é um rito. Todos os passos que são traçados numa apreciação sonora são transcendentais. Parece-me que, ao colocar um disco numa vitrola, sentir o atrito da agulha com os sulcos, os, por vezes, chiados, são sim, uma viagem no tempo. É esquecer-se um pouco da vida e traçar outros caminhos, viajar no tempo, espaço, na mente, nas músicas. É um registro um tanto quanto eternizado, ao pé da palavra. "A vinyl is forever". Você sente o calor da música te invadindo, os graves batendo dentro de você, é um sumo de tudo somado com a beleza e o tamanho das capas e encartes. Volto a repetir: "A vinyl is forever".
Bem, sempre achei (e acho) que o mais importante é o conteúdo, e não o continente. (independente do formato - vinil, CD, cassete, etc., O importante é buscar sempre música de qualidade). Mas o disco de vinil tem um "charme" que nenhuma outra mídia possui. A arte gráfica das capas, o grave único, aquele chiadinho leve no início de cada música, o ritual de levantar da poltrona, virar o lado do disco (Quer coisa mais anti-sedentarismo do que ouvir vinil? rsrsrsrs)... Colecionar, ouvir discos de vinil é uma experiência única, e se depender do crescente fã-clube desse formato, ele não vai desaparecer tão cedo.

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